Projeto institucional interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins (UFT)
O Museu das Águas Brasileiras é um projeto institucional interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins (UFT) que tem como objetivo aproximar o público dos temas relacionados à água enquanto elemento essencial para a vida não somente em termos biológicos, mas também culturais e sociais – como herança dos nossos ancestrais e patrimônio que será deixado aos nossos descendentes.
Em outras palavras, é uma iniciativa que visa divulgar informações socioecológicas e as melhores práticas de gestão da água para públicos científicos e não científicos.
A localização do Museu no Estado do Tocantins é estratégica por se tratar de uma região contida por dois grandes afluentes do rio Amazonas (rios Tocantins e Araguaia), com ecossistemas e reservas hídricas (inclusive subterrâneas) pródigas , mas ameaçadas , principalmente pelo avanço do agronegócio e da mineração, e uma população urbana em expansão.
Nesse contexto, o Museu pretende lidar com os legados do desenvolvimento e os desafios hidroecológicos emergentes, concentrando-se na realidade vivida pela grande população urbana e rural de baixa renda, incluindo afrodescendentes e povos indígenas.
A principal missão ética do Museu é apoiar a educação sobre a água e mudar percepções, atitudes e comportamentos equivocados em relação a essa temática com o desenvolvimento de programas educativos que enfatizem a necessidade urgente de estabelecer uma nova relação entre os grupos sociais e o resto da sociedade mediada por complexos fluxos de água.
Criado em maio de 2023 como um espaço virtual, este é o primeiro museu brasileiro a integrar a Rede Internacional de Museus da Água (WAMU-NET) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Em consonância com os objetivos da WAMU-NET, o museu pretende inspirar ações de proteção e de gestão sustentável, bem como fortalecer o processo educativo e de formação em relação à água por meio de atividades inerentes à Instituição UFT, como o ensino, a pesquisa e a extensão.
Esse processo será fomentado pela implementação de atividades para promoção e disseminação da cultura, do conhecimento e de práticas que contribuam para a melhor gestão desse recurso limitado no planeta.
Eixo | Objetivos | Ações |
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1. Valor Educativo da Água e Produção de Conhecimento (Educação e Formação) | "Contribuir para a formação social, educativa e cultural, incluindo áreas remotas e situações austeras." | Acompanhamento; Apoio Escolar; Programas Comunitários; Orientações de Estágio; Cursos, seminários, simpósios, fóruns e conferências |
2. Valor Simbólico | "Promover a percepção dos processos culturais também como geradores de riqueza social." | Exposições; Construção de acervos materais; Promoção de concursos que expressem a cultura local, regional e nacional. |
3. Promoção da Divulgação do Acervo | "Estabelecimento da circulação de coleções entre Museus, como possibilidade de dinamização das atividades." | Parcerias firmadas entre museus e intercâmbio de acervos. |
Os desafios da crescente escassez de água, esgotamento de recursos, poluição, desertificação, derretimento de geleiras e padrões interrompidos de inundações e secas como resultado da mudança climática, juntamente com declínios sem precedentes na diversidade biológica e cultural e o dramático deslocamento de populações humanas, não podem ser resolvido apenas através de abordagens tecnocráticas.
O valor da água não pode ser reduzido apenas ao seu preço, ou ‘custo’. Em contextos altamente antropizados, testemunhamos como o ciclo hidrológico natural tem se tornado cada vez mais ‘invisível’ e simultaneamente distante da consciência das pessoas. Esta condição tornou os múltiplos patrimônios e valores relacionados à água mais vulneráveis do que nunca.
Neste contexto, os museus desempenham um papel fundamental para abrir caminho para a mudança de paradigma e construir uma ‘nova cultura da água’.
É bióloga, professora Associada IV da Universidade Federal de São Carlos. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: Limnologia, macrófitas aquáticas, decomposição, produção primária e modelagem matemática. Também, atua, na elaboração de material didático para divulgação científica.
É diretora do Museu das Águas Brasileiras (UFT) e professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente. Atua na área das Ciências Ambientais, com pesquisas voltadas para o controle da poluição, saneamento ambiental e reuso de águas residuárias. Compôs a coordenação de Área em Ciências Ambientais da CAPES (2018–2023).
é especialista em políticas públicas, ativista socioambiental e defensora do Cerrado. Atua com justiça climática, juventude e igualdade de gênero, integrando redes internacionais como o Engajamundo, Global Shapers Community e a Coalizão de Ação Feminista pela Justiça Climática da ONU Mulheres. Já representou a juventude brasileira na Conferência da Água da ONU e será integrante da delegação para a COP30.
Coordenador tesoureiro da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), engenheiro ambiental pela Universidade Federal do Tocantins (UFT); possui formação em Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). Atualmente é Diretor de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas (DEMED/MPI).
Professor titular e ex Assessor Especial de Relações Internacionais (2021-2023) da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Diretor (2023 - 2027), docente e pesquisador convidado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA. Tem experiência na área de Agronomia e Ciências Ambientais, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão ambiental pública, manejo de recursos naturais de uso coletivo, áreas protegidas, agricultura familiar e comunidades tradicionais.
Professor de Avaliação e Planeamento da Sustentabilidade na Universidade NOVA de Lisboa e investigador sénior no CENSE – Centro de Investigação Ambiental e Sustentabilidade. Atua nas áreas de avaliação e gestão da sustentabilidade, indicadores, economia circular, avaliação de impacto, setor público e engajamento de stakeholders. Está istado entre os World’s Top 2% Scientists pela Universidade de Stanford.
Professora Associada da Universidade Federal do Tocantins (UFT), atua como Diretora de Pós-Graduação na Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da instituição. Sua atividade de pesquisa está centrada na conservação de espécies da flora e fauna, sustentabilidade dos bens naturais e nos impactos socioambientais do uso de agroquímicos, com ênfase na interação entre seres humanos e o meio ambiente.
Professora da Universidade de São Paulo (EACH/USP) no Programa de Pós-graduação em Sustentabilidade (PPgSUS) e nos cursos de Bacharelado em Biotecnologia e de Licenciatura em Ciências da Natureza. Atualmente é coordenadora do Hub Lusófono Década do Oceano - USP (UNESCO/CPLP) e do grupo de pesquisa de Diplomacia Ambiental do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE).
Eliseu Xumxum Quilombola é ativista e defensor dos direitos dos quilombolas, além de presidente do Quilombo Urbano do Capão Negro.