
Museu das Águas Brasileiras e o Programa Futuras Cientistas: Juntos pela Ciência e Sustentabilidade
Projeto desenvolvido pela UFT
"Água Potável para Todos: Estratégias de Combate às Doenças Transmitidas pela Água e Promoção da Saúde"
Equipe executora
- Liliana Pena Naval - Pesquisadora responsável
- Patricia Martins Guarda - Pesquisadora colaboradora
- Magale Karine Diel Rambo - Pesquisadora colaboradora
- Regiani Crystina Barbazelli - Monitora
- Hélio Ubisse - Monitor
- Maria Luciana Barbosa Mendes - Monitora
- Vitoria Crepaldi - Monitor
- José Eustáquio Leal - Monitor
Introdução
O acesso à água potável e ao saneamento básico é um direito humano essencial, fundamental e universal, indispensável à vida com dignidade e reconhecido pela ONU como “condição para o gozo pleno da vida e dos demais direitos humanos” (Resolução 64/A/RES/64/292, de 28.07.2010). No entanto, mais de um quarto das pessoas em todo o mundo sofrem com a falta de água potável; o problema deve atingir até 2,4 bilhões de pessoas até 2050 (ONU, 2023).
O acesso à água potável e instalações sanitárias é essencial para a prevenção de doenças transmitidas pela água e a proteção da saúde pública. As doenças relacionadas à ausência de água potável, saneamento e higiene são responsáveis por 2,2 milhões de mortes anualmente e uma perda de 8,2 milhões de vidas ajustadas por incapacidade (UNICEF, 2023).
As doenças transmitidas pela água incluem condições causadas por microrganismos patogênicos, como bactérias, protozoários e vírus. A transmissão ocorre durante a ingestão de água contaminada, direta ou indiretamente (WHO, 2022). A maioria das infecções é transmitida pela via fecal-oral, quando as fezes humanas são ingeridas ao beber água contaminada ou consumir alimentos infectados.
Objetivos
Geral
Estabelecer o combate às doenças transmitidas pela água, visando a implementação de estratégias de avaliação da qualidade da água potável e métodos de tratamento doméstico, com foco na conscientização sobre a relação da água com a saúde e o bem-estar.
Específicos
- Analisar informações sobre a qualidade da água nas contas de água das comunidades.
- Testar métodos simplificados de tratamento de água.
- Promover capacitação e educação sobre práticas seguras de tratamento de água.
Metodologia
Área de Estudo
O estado do Tocantins pertence à região Norte do país e está inserido na Amazônia Legal, com 139 municípios. A população é de 1.511.460 habitantes, e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,731 (IBGE, 2022).
Coleta de Dados
Informações fornecidas pelas companhias de saneamento serão analisadas, considerando parâmetros físicos, químicos e biológicos, conforme legislação vigente.
Tratamento dos Dados
Os dados serão organizados em planilhas e avaliados estatisticamente, comparando os desvios em relação aos Valores Máximos Permitidos (VMP).
Comunicação dos Resultados
- Elaboração de relatórios com resultados das análises.
- Testes de sistemas simplificados de tratamento de água.
Proposta de Atividade: "Futuras Cientistas nas Águas"
Objetivo Geral: Criar um espaço interativo e informativo no site do Museu das Águas Brasileiras para divulgar e valorizar a participação de jovens cientistas no projeto "Futuras Cientistas".
- Galeria Digital: Fotos das participantes, biografias e estudos realizados.
- Websérie: Vídeos curtos mostrando o trabalho das participantes e seus impactos.
- Estudos Futuristas: Seção "Visões para o Futuro", com propostas inovadoras para gestão hídrica sustentável.
Resultados dos Projetos
Apresentação de relatórios e fotografias das atividades realizadas.
Projeto desenvolvido pela UFScar
Segurança hídrica em tempos de mudanças climáticas: conceitos e práticas para as futuras cientistas
Equipe executora
- Marcela Bianchessi da Cunha Santino - Pesquisadora responsável
- Irineu Bianchini Júnior - Professor colaborador
- Jurity Antonia Machado Milan - Monitora
- Vitória Fabri de Moura - Monitora
- Laiane Neri Sant´Ana - Monitora
- Caroline Ferreira da Silva - Monitora
Resumo
Nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, ainda existe um desbalanço de gênero em posições de liderança na pesquisa. Essa desproporção pode ser atribuída a construção de estereótipos ligados a gênero, onde ocorre a sensação de “pertencimento social”. Dentro da perspectiva das ciências naturais, o papel das mulheres na governança da água global da água num clima em mudança foi discutido em 1992, na Conferência Internacional sobre Água e Ambiente. A água apresenta fundamental importância para a manutenção da vida, sendo relevante o estudo científico de todos os aspectos que envolvam o conhecimento sobre essa substância. Desse modo, compreender os aspectos sociais e ecológicos relacionados a essa substância, em suas diversas dimensões, é entender a sua relevância na manutenção das sociedades. Uma visão sistêmica, incluindo as relações sociais e naturais, deve ser adotada para equalizar os problemas associados à água. Mitigar os efeitos das atividades humanas na quantidade e na qualidade da água é fundamental no cenário atual de mudanças globais. A execução dessa proposta de trabalho será baseada em atividades experimentais orientadas por práticas didáticas com o uso de metodologias ativas. Em função da infraestrutura disponível, o projeto poderá receber até 10 futuras cientistas. As atividades ocorrerão no Laboratório de Bioensaios e Modelagem Matemática (LBMM - Departamento de Hidrobiologia: www.lbmm.ufscar.br) da Universidade Federal de São Carlos (campus São Carlos – SP). No desenvolvimento da temática segurança hídrica em um cenário de mudanças globais, essa proposta será desenvolvida em 5 módulos: (i) Sistema Terra: estrutura e funcionamento; (ii) Ciclo da água natural e urbano; (iii) Usos e quantidade da água; (iv) Qualidade da água em eventos climáticos extremos e (v) Segurança hídrica: propondo soluções. Espera-se que o estímulo às competências de investigação científica nas áreas de planejamento, execução e registo, análise e interpretação e comunicação, possam orientar, futuramente, a identificação de carreiras relacionadas aos campos das ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
Contextualização
As mulheres representam 29,3% do total de cientistas mundialmente, sendo que na América Latina e Caribe, a proporção de cientistas mulheres é 45,1% (UIS, 2019). No Brasil, inúmeras iniciativas têm sido promovidas, um exemplo é o da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) que juntamente como o British Council realizaram o evento “Mulheres na Ciência – Desafios e Meios: perspectivas sobre a igualdade de gênero no ensino superior” (CAPES, 2023) ou do Programa Mulheres na Ciência no Brasil, realizado pelo Grupo L’Oréal no Brasil, em parceria com a Academia Brasileira de Ciências e a Unesco no Brasil (Academia Brasileira de Ciências, 2024).
Nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês), ainda existe um desbalanço de gênero em posições de liderança na pesquisa. Essa desproporção pode ser atribuída a construção de estereótipos ligados a gênero, onde a sensação de “pertencimento social” direciona a escolha de mais homens para carreiras em STEM em relação às mulheres (Moraes et al., 2019). Dentro da perspectiva das ciências naturais, o papel das mulheres na governança da água global da água num clima em mudança foi discutido em 1992, na Conferência Internacional sobre Água e Ambiente em Dublin na Irlanda (ICWE, 1992). Os princípios norteadores que emergiram desse encontro foram: (i) A água doce é um recurso finito e vulnerável, essencial para sustentar a vida, o desenvolvimento e o ambiente (Princípio 1); (ii) O desenvolvimento e a gestão da água devem se basear em uma abordagem participativa em todos os níveis, envolvendo usuários e tomadores de decisões (Princípio 2); (iii) As mulheres desempenham um papel central no fornecimento, gestão e salvaguarda da água (Princípio 3) e (iv) A água tem um valor econômico em todos os seus usos e deve ser reconhecido como um bem econômico (Princípio 4).
Considerando o Princípio 3, é necessário adotar políticas para responder às necessidades específicas das mulheres no que diz respeito à água e para capacitá-las a participar em todos os níveis nos programas de recursos hídricos, incluindo a tomada de decisões e a implementação (IUCN, 2021). Nesse sentido, essa proposta de projeto de trabalho se refere ao desenvolvimento de conceitos e práticas em segurança hídrica em tempos de mudanças climáticas. A compreensão das consequências socioambientais e econômicas das alterações climáticas se intensificou nas últimas décadas graças à ciência, à tecnologia e à dedicação de cientistas que estudam o clima no planeta. Fazendo parte do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), várias mulheres científicas têm contribuído em várias frentes da ciência (e.g., áreas úmidas, impactos na saúde, segurança hídrica, riscos hídricos, biodiversidade, oceanos) para a compreensão do estado atual do nosso planeta e perspectivas para as possíveis soluções para a crise climática (United Nations, 2024).
Introdução
A água apresenta fundamental importância para a manutenção da vida, sendo relevante o estudo científico de todos os aspectos que envolvam o conhecimento sobre essa substância. Segundo Barbosa e Barreto (2008), a água pode ser vista de diversos ângulos: (i) água como substância química, (ii) água como recurso natural, (iii) água como mercadoria e (iv) água como ambiente ecológico. Desse modo, compreender os aspectos sociais e ecológicos relacionados a essa substância, em suas diversas dimensões, é entender a sua relevância na manutenção da biodiversidade e das relações entre a biota e os ecossistemas (Costa, 2007; Bacci e Pataca, 2008). A água é, também, um componente central no funcionamento de uma sociedade. Uma visão sistêmica, incluindo as relações sociais e naturais, deve ser adotada para entendermos os problemas associados à água (Pahl-Wostl et al., 2008).
Entender e mitigar os efeitos das atividades humanas na quantidade e na qualidade da água é fundamental no cenário atual de mudanças globais. Urbanização, crescimento populacional e alterações climáticas exerceram uma pressão sem precedentes sobre os sistemas de recursos hídricos, assim uma abordagem abrangente e sustentável para enfrentar os desafios da segurança hídrica requer a ligação entre os sistemas sociais, econômicos e ambientais em múltiplas escalas (Mishra et al., 2021).
Todos os componentes do ciclo global da água estão sendo modificados devido às alterações climáticas nas últimas décadas (Douville et al., 2021). Atualmente, milhões de pessoas têm experimentado, de forma global e regular, condições hidrológicas que antes eram desconhecidas. As mudanças documentadas referem-se ao aumento ou diminuição da precipitação atmosférica anual (ou sazonal), acarretando eventos de precipitação intensa com cheias devastadoras, como no caso das cheias de maio de 2024 no Rio Grande do Sul (UFRGS, 2024), ou períodos de seca prolongados. Esses eventos são decorrentes da influência humana no clima através do aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera (Caretta et al., 2022). Os eventos hidrometeorológicos extremos, como por exemplo, na Amazônia em 2023, também podem causar incêndios florestais, colocando em risco as populações, a biota e a economia local (Anderson et al., 2023).
Considerando as mudanças climáticas e as mudanças atuais em relação ao ciclo hidrológico, inundações e secas, aliados ao acesso inadequado à água potável e saneamento, são alguns dos problemas hídricos bem conhecidos em todo o mundo. Esses problemas colocam em risco a segurança hídrica planetária, assim a segurança hídrica é o acesso à quantidade e qualidade aceitáveis de água para a saúde, os meios de subsistência, os ecossistemas e a produção, considerando um nível aceitável de riscos hídricos para as pessoas, os ambientes e as economias. A segurança hídrica é uma prioridade social; na sua ausência, as sociedades e as economias permanecerão vulneráveis e pobres (Grey e Sadoff, 2007).
Objetivo geral
O objetivo geral desse projeto é fortalecer os vínculos com futuras cientistas, visando o desenvolvimento de um pensamento crítico e de longo alcance sobre a temática da segurança hídrica em um cenário de mudanças globais. Tanto a proposição quanto os conceitos a serem aplicados neste curso estão em consonância com metas definidas nos seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): ODS 4: Educação de Qualidade; ODS 5: Igualdade de Gênero; ODS 6: Água Potável e Saneamento e ODS 13: Combate às Alterações Climáticas. A promoção de uma agenda científica, com conceitos teóricos e experimentação (com a construção de modelos dinâmicos e estáticos, uso e interpretação de testes ecotoxicológicos e microbiológicos, análise e interpretação da qualidade da água e os seus usos), e o fortalecimento da vivência acadêmica para as futuras cientistas, podem estimular a atuação feminina frente aos novos desafios em relação à governança do patrimônio hídrico em uma escala local-global.
Metodologia
A execução dessa proposta de trabalho será baseada em atividades experimentais orientadas por práticas didáticas com o uso de metodologias ativas. Todas as atividades previstas serão realizadas de forma presencial. As atividades ocorrerão no Laboratório de Bioensaios e Modelagem Matemática (LBMM - Departamento de Hidrobiologia: www.lbmm.ufscar.br) da Universidade Federal de São Carlos (campus São Carlos - SP) localizado na Rod. Washington Luís, s/n - Monjolinho, São Carlos - SP, 13565-905. Em função da infraestrutura disponível, o projeto poderá receber até 10 futuras cientistas. O LBMM conta com equipamentos para a determinação de análises (gravimétricas, polarográficas, potenciométricas e espectrofotométricas) relacionadas a água e sua qualidade. No desenvolvimento da temática segurança hídrica em um cenário de mudanças globais, essa proposta será desenvolvida em 5 módulos: (i) Sistema Terra: estrutura e funcionamento; (ii) Ciclo da água natural e urbano; (iii) Usos e quantidade da água; (iv) Qualidade da água em eventos climáticos extremos e (v) Segurança hídrica: propondo soluções. O curso será registrado na forma de portfólio didático. Todo o conteúdo conceitual e resultados das atividades práticas do curso deverão ser anotados em caderno ata pelas futuras cientistas.
Módulo 1 – Sistema Terra: estrutura e funcionamento
A compreensão da Terra como um sistema requer a exploração dos processos interconectados que conectam a atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera. No sistema Terra, a energia entra na forma de radiação solar. Essa energia ativa o movimento atmosférico, impulsiona o ciclo da água e mantém a temperatura ideal, juntamente com os gases atmosféricos para a manutenção da vida, além de ser utilizada pelos produtores primários nos processos fotossintéticos. Este primeiro módulo tratará da estrutura e do funcionamento do sistema Terra por meio da construção de modelos estáticos e dinâmicos, que mostrem como a hidrosfera, litosfera, atmosfera e biosfera interagem para a manutenção da vida na Terra. Nas práticas didáticas, serão construídos modelos estáticos para entender a estrutura das esferas terrestres e modelos dinâmicos para acompanhar e observar os processos que guiam o funcionamento de nosso planeta. Um modelo é uma representação de uma ideia, objeto, evento, processo ou sistema (Anderson, 2019). Modelos didático-pedagógicos representam ferramentas que auxiliam na construção de um ensino inovador. Os modelos podem ser utilizados colaborativamente, sendo uma atividade didática na construção da aprendizagem, pois os alunos são provocados a pesquisar e criar (Mendonça e Santos, 2011). Os materiais para a construção do modelo estático serão cartolina, canetas, tesoura, marcador permanente, folhas adesivas, lápis de cor e cola. Para a construção do modelo dinâmico serão utilizados termômetros (escala -10 a 110ºC), fonte de iluminação artificial (100 W), microcosmos plásticos simulando estufas (capacidade de 500 ml) e papel filme.
Os objetivos do Módulo 1 são:
- Identificar e classificar as quatro esferas que compõem o sistema Terra.
- Apontar os processos predominantes em cada esfera que modulam o funcionamento do sistema Terra.
- Descrever as conexões entre as esferas do sistema Terra.
- Relacionar a entrada de energia no sistema Terra com a manutenção do efeito estufa natural.
Módulo 2 – Ciclo da água natural e urbano
A água é fundamental para a manutenção da vida na Terra. Conhecer as principais rotas do ciclo hidrológico na terra é vital para compreender como a água circula pelas esferas da Terra. O ciclo da água e sua variabilidade nas diversas escalas (i.e., global, regional e local) é influenciado por vários processos e interações antrópicas.
O ciclo da água está diretamente ligado às condições climáticas de uma região. Mudanças climáticas, alterem o regime de chuvas, podendo ocasionar o aumento da ocorrência de eventos hidrológicos extremos, como as inundações ou longos períodos de estiagem. Regiões urbanizadas estão submetidas às alterações marcantes nos processos naturais do ciclo hidrológico. Assim como no Módulo 1, serão utilizados modelos dinâmicos nas práticas didáticas. No caso do ciclo da água, processos experimentais, relacionados às etapas do ciclo hidrológico, serão simulados para ilustrar a compreensão do carácter cíclico da água no sistema Terra. Experimentos de fluxo hidráulico simulando inundações urbanas e secas também serão realizados em mesocosmos simulando as águas superficiais e subterrâneas e as estruturas de ambientes urbanizados como a pavimentação de ruas e ambientes naturais com vegetação e impactados (sem vegetação). Os materiais para a construção do modelo dinâmico serão folhas de eva, tesoura, cola, folhas adesivas, marcador permanente, terra vegetal, areia grossa, vegetação viva, cascalhos, gaze, potes de vidro (Capacidade de 2 litros), frascos de gotejamento de água e garrafas pet.
Os objetivos do Módulo 2 são:
- Reconhecer e representar, graficamente, o conceito de ciclo como um processo natural.
- Identificar as diferenças entre água doce (ambiente continental) e salgada (ambiente marinho), assim como, a proporção e a distribuição da água na Terra.
- Compreender a existência de águas superficiais e água subterrâneas.
- Explicar as principais etapas e transformações (processos) da água em seu ciclo natural.
- Indicar as modificações estruturais decorrentes da urbanização e as implicações no ciclo hidrológico.
- Compreender a importância da água na sustentação da vida na Terra.
Módulo 3 – Usos e quantidade da água
egundo a FAO (2020), globalmente, aproximadamente 69% de toda a água potável disponível no mundo é utilizada em atividades agrícolas, enquanto as atividades industriais consomem 19% e o uso municipal (como doméstico/comercial) representa 12%. As percentagens de uso da água em função dos setores dependem das atividades econômicas predominantes em cada região. Especificamente para o Brasil, a irrigação consome 49,8% da água, o abastecimento animal 8,4%, o abastecimento urbano 24,3%, termelétricas 4,5%, mineração 1,7%, abastecimento rural 1,6% e a indústria 9,7% (ANA, 2019). No desenvolvimento desse módulo, será utilizada a aprendizagem baseada em projetos (ABP) que é um modelo de ensino que permite que os alunos desenvolvam colaborativamente questões/problemas realistas buscando alcançar possíveis soluções (Bender, 2015). Assim, a ABP é uma estratégia de ensino-aprendizagem onde o estudante desenvolve suas habilidades e competências colaborativamente. Esta estratégia é mediada pelo docente que, ao introduzir o tema central do problema (i.e., questão motivadora, que nesse módulo será o uso racional da água) estimula o grupo a fazer parte do processo de construção do aprendizado, dessa forma, a ABP apresenta um caráter ativo, estimulando o estudante a realizar tarefas de análise, síntese e avaliação (Campos et al., 2016). Para a execução dessa atividade serão necessárias planilhas de cálculo, tabelas de consumo de água e calculadora.
Os objetivos do Módulo 3 são:
- Identificar os distintos usos urbanos da água.
- Estimar o consumo de água nas diferentes atividades cotidianas.
- Revisar quais atividades domésticas utilizam mais água.
- Reconhecer ações individuais e coletivas na promoção do uso racional da água.
- Reconhecer o significado de uso racional da água.
- Compreender os impactos ambientais do uso não racional da água.
Módulo 4 – Qualidade da água em eventos climáticos extremos
As alterações climáticas causam ou agravam a insegurança hídrica ao comprometerem a quantidade e qualidade de diferentes fontes de água para usos ao nível global, regional, nacional e subnacional. As fortes chuvas e a ruptura das infraestruturas de tratamento de água e de esgoto durante as cheias e decorrentes de fenômenos meteorológicos extremos podem aumentar a carga de sedimentos e de poluição nas fontes de água, afetando a qualidade da água bruta e consequentemente da água potável (Bhullar, 2024). As doenças infecciosas relacionadas com a água são uma das principais causas de morbimortalidade em todo o mundo, e os efeitos das alterações climáticas são desafiadores para a saúde pública, tanto no que diz respeito às doenças de origem alimentar como às de origem hídrica, uma vez que os eventos extremos das alterações climáticas, como as inundações, aumentam os riscos de propagação de doenças infecciosas através dos sistemas de água (Cissé, 2019). O contato com a água das enchentes pode causar diversas doenças como hepatite, tétano e leptospirose (Silva et al., 2023).
Eventos de seca são caracterizados por uma grande redução das chuvas e ondas de calor, que diminuem os níveis dos rios. Estas alterações causaram aumento da mortalidade da biota aquática, escassez de água para abastecimento e de alimentos para as comunidades ribeirinhas, interrupção do transporte fluvial, aumento do risco de doenças transmitidas pela água e grande perda da vegetação das margens dos rios por possibilidade de queimadas (Costa e Marengo, 2023).
Indiretamente, fatores climáticos, como temperatura e umidade, influenciam os processos de multiplicação e sobrevivência de patógenos (Cissé, 2019). A deficiência nas infraestruturas de saneamento básico, como, por exemplo, coleta e tratamento de esgoto, em um contexto de flutuações climáticas, podem afetar a dinâmica de distribuição de um grupo de doenças infecciosas, aquelas transmitidas pelo contato com água contaminada.
A visão de processo na Ciência é que os discentes devam desenvolver habilidades (e.g., observação, interpretação de dados, inferência, proposição de hipótese, classificação, comunicação) e atitudes (e.g. curiosidade, reflexão crítica e sensibilidade ao ambiente do ponto de vista biótico e abiótico) que conduzam a uma abordagem científica, a fim de investigar e resolver problemas relacionados ao seu entorno (UNESCO, 1988). Na Ciência, perguntas sobre a verdade das afirmações são frequentemente resolvidas pela observação (Carey, 2011). A utilização de atividades experimentais é uma ferramenta que pode auxiliar na construção de conceitos. Assim, a experimentação é uma estratégia de aprendizado baseada em evidências. Permite testar hipóteses sobre tópicos específicos, como no caso da poluição das águas continentais. Essas hipóteses são testadas por observação, registro e interpretação de dados obtidos experimentalmente. As atividades experimentais desse módulo serão determinações físicas e químicas de água (temperatura, oxigênio dissolvido, pH, condutividade elétrica, coliformes fecais e toxicidade da água por meio de ensaio com sementes de Lactuca sp) que mostrem as características requeridas para uma água de qualidade tanto do ponto de vista ambiental quanto do abastecimento público. Os materiais a serem utilizados para a determinação da qualidade da água serão béqueres, agitadores magnéticos, barras magnéticas, balança analítica, placa aquecedora, pHmetro, condutivímetro, oxímetro, cartelas com meio de cultura para determinação de colimetria, placas de petri, sementes de alface, papel de filtro, microscópio USB e termômetro. Para o desenvolvimento de modelos didáticos das doenças de veiculação hídrica serão utilizados massa de biscuit para construção dos microrganismos e de seus ciclos de vida.
Os objetivos do Módulo 4 são:
- Compreender os conceitos de qualidade da água em função dos usos da água.
- Analisar e interpretar os resultados de amostras de água em função de sua qualidade e indicar os possíveis usos.
- dentificar as atividades antrópicas que causam impactos na água, dimensionando essas ações frente ao cenário de mudanças climáticas.
- Reconhecer as diferentes fontes de poluição da água em situações de eventos climáticos extremos, frente a possibilidade desigual de acesso às infraestruturas de saneamento básico por parte da população em um centro urbano.
- Reconhecer os tipos e a ocorrência de doenças de veiculação hídrica em função das secas e cheias.
Módulo 5 – Segurança hídrica: propondo soluções
Esse módulo é integrativo dos conceitos e práticas desenvolvidas durante todo o curso. As futuras cientistas deverão revisar todos os resultados e interpretações desde o início das atividades, por meio de pesquisa bibliográfica, leitura e interpretação de textos específicos. Nesse módulo serão utilizados artigos científicos e livros que possam indicar possíveis soluções para a mitigação ou o controle de cenários que possam comprometer a segurança hídrica na perspectiva de diminuição do acesso à água em quantidade e qualidade para todos os usos múltiplos. As futuras cientistas deverão criar um conteúdo digital para promover a conscientização sobre o uso sustentável dos recursos hídricos nas escolas. Formas de divulgação científica digital, como podcast, vídeos ou infográficos, deverão ser desenvolvidas como atividades didáticas para a conclusão do curso. Os materiais a serem utilizados serão livros, artigos científicos e aplicativos para celular (versão gratuita).
Os objetivos do Módulo 5 são:
- Aplicar o conceito de segurança hídrica para elaborar proposições relativas ao uso racional da água auxiliando na economia de água.
- Revisar a compreender os impactos ambientais do uso não racional da água em situações de mudanças climáticas.
- Identificar ações para controlar e prevenir os impactos da poluição da água.
- Apontar as ações que devem ser realizadas em caso de cheia e seca extrema para prevenir que a população seja infectada por doenças de veiculação hídrica.
- Elabora um material de divulgação para promover a conscientização sobre o uso sustentável dos recursos hídricos nas escolas.
Resultados esperados
Globalmente, vivemos em uma situação evidente da alteração humana no ciclo global da água, que afeta as sociedades e ecossistemas. Para se delinear soluções relativas à garantia da segurança hídrica, devemos entender mudanças no ciclo hidrológico através da perspectiva dos impactos socioambientais, econômicos e na saúde. Nesse contexto, espera-se que as futuras cientistas possam se engajar em discussões colaborativas relacionadas aos resultados obtidos experimentalmente, extrapolando para a qualidade e a quantidade para os usos das águas frente às mudanças climáticas. Desenvolver os conceitos relacionados aos microrganismos patogênicos e as ações necessárias na promoção da qualidade ambiental e da saúde pública, escutando respeitosamente as ideias de outras alunas e expressando claramente as suas. Aplicar o conhecimento adquirido sobre as doenças de veiculação hídrica para explorar outros tópicos científicos relacionados ao tema água (e.g., poluição da água, usos da água, biodiversidade aquática, saúde pública, saneamento básico).
Os conceitos e práticas desse curso mostrarão a existência de múltiplas escalas (local a global), suas conexões e interdependências e criarão uma perspectiva para inovação e planejamentos de práticas e desenvolvimento do senso crítico para a governança da água pelas futuras cientistas. Espera-se, ainda, que o estímulo às competências de investigação científica nas áreas de planejamento, execução e registo, análise e interpretação e comunicação, possam orientar, futuramente, a identificação de carreiras relacionadas aos campos das ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
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O Museu das Águas Brasileiras tem o orgulho de ser parceiro do programa Futuras Cientistas, uma iniciativa transformadora do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene). O programa tem como missão promover a equidade de gênero nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), conectando alunas e professoras da rede pública de ensino a um universo de pesquisa, inovação e descoberta.
Essa parceria reforça o compromisso do Museu das Águas com a preservação, sustentabilidade e disseminação do conhecimento sobre os recursos hídricos. A colaboração tem proporcionado a jovens cientistas a oportunidade de explorar temáticas relacionadas à água – um recurso essencial e cada vez mais central em tempos de mudanças climáticas. Através de imersões científicas, mentorias e projetos aplicados. O programa forma mulheres capazes de enfrentar desafios globais com soluções inovadoras.
Importância da Parceria
Desde o início dessa parceria, o Museu tem sido palco de momentos inspiradores. Aqui, as participantes do programa encontram um espaço de aprendizado e troca, onde podem investigar questões como qualidade da água, segurança hídrica e sustentabilidade ambiental. Por meio de atividades práticas e colaborativas, essas jovens têm a oportunidade de transformar conhecimento teórico em ações concretas, contribuindo para a preservação do patrimônio hídrico e o bem-estar das comunidades.
Resultados que Inspiram
Os números e histórias do programa Futuras Cientistas são marcantes: em uma década, 70% das participantes ingressaram em universidades, e 80% dessas optaram por cursos nas áreas de Ciência e Tecnologia. Esses dados refletem a importância de iniciativas como esta para ampliar as perspectivas de jovens mulheres e transformá-las em agentes de mudança.
O Museu das Águas Brasileiras agradece ao programa Futuras Cientistas pela oportunidade de fazer parte desta jornada. Juntos, seguimos conectando ciência, educação e preservação ambiental, inspirando novas gerações a cuidar do nosso bem mais precioso: a água. Que esta parceria continue a ser um exemplo de como união e propósito podem criar um futuro mais sustentável e igualitário.
